domingo, 10 de junho de 2012

Lixo e Cidadania!




Enquanto o Brasil sedia a Rio+20, maior evento da Organização das Nações Unidas sobre Sustentabilidade, com o objetivo de debater sobre a responsabilidade e o compromisso político com o desenvolvimento sustentável, aqui na capital da Bahia, Salvador, as concepções estratégicas não seguem a mesma pauta, nem compromisso e muito menos ações efetivas.

Apesar da ampliação do nível de consciência ambiental das pessoas e  da macro ação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as políticas públicas ambientais não dialogam com a rotina e intimidade da população soteropolitana.

Esta foto acima é uma radiografia de cenas cotidianas da entrada da rua do "Beco da Cultura", onde funcionam 4 colégios, no bairro Nordeste de Amaralina, local que transitam milhares de pessoas, incluindo crianças, adolescentes e jovens, todos os dias.

E nesta rua, depósito  de lixo e entulhos são atraídos cavalos, ratos, cachorros! Por isso nosso Estado foi considerado o segundo em mortes por leptospirose do Nordeste, segundo o Jornal A Tarde, que trouxe a matéria no dia 07/06 "Bueiros entupidos, terrenos abandonados, falta de saneamento básico, matagais e lixo. Esta é a combinação ideal para a infestação de ratos na cidade, principal vetor da leptospirose, doença infecciosa que pode levar à morte.
 
Fico a pensar que professores e alunos que transitam por esta rua, quando em debate, com eixo na transversalidade dos temas, educação, meio ambiente, saúde, sentem-se excluídos do processo de garantia dos direitos humanos, além da violação na sua essencialidade humana.

Consciência é o primeiro passo, mudar hábitos e adotar novas medidas é imprescindível para que cada um adote práticas sustentáveis, como exemplo aparentemente simples, separar o lixo; mas, dificilmente a população seguirá esses conceitos, se o poder público não oferecer as condições mínimas favoráveis para isso; exatamente o que ocorre em nossa cidade, que não proporciona o serviço de coleta seletiva e lixeiras suficientes nas ruas.

Acredito que alguns gestores estarão presentes na Rio+20, não com a perspectiva de responsabilidade e aprimoramento numa melhor gestão pública ambiental, mas para publicarem na mídia, se sentirem um pouco mais importantes por isso, e não terão a sensação de estar violando os direitos mínimos da população com uma gestão norteada pela incompetência e descaso, gerando mortes e incoerência com o desenvolvimento sustentável.