Enquanto
o Brasil sedia a Rio+20, maior evento da Organização das Nações Unidas sobre
Sustentabilidade, com o objetivo de debater sobre a responsabilidade e o
compromisso político com o desenvolvimento sustentável, aqui na capital da Bahia,
Salvador, as concepções estratégicas não seguem a mesma pauta, nem compromisso
e muito menos ações efetivas.
Apesar
da ampliação do nível de consciência ambiental das pessoas e da macro ação do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA), as políticas públicas ambientais não dialogam com
a rotina e intimidade da população soteropolitana.
Esta
foto acima é uma radiografia de cenas cotidianas da entrada da rua do
"Beco da Cultura", onde funcionam 4 colégios, no bairro Nordeste de
Amaralina, local que transitam milhares de pessoas, incluindo crianças,
adolescentes e jovens, todos os dias.
E nesta
rua, depósito de lixo e entulhos são atraídos cavalos, ratos, cachorros! Por isso nosso
Estado foi considerado o segundo em mortes por leptospirose do Nordeste,
segundo o Jornal A Tarde, que trouxe a matéria no dia 07/06 "Bueiros
entupidos, terrenos abandonados, falta de saneamento básico, matagais e lixo.
Esta é a combinação ideal para a infestação de ratos na cidade, principal vetor
da leptospirose, doença infecciosa que pode levar à morte.
Fico a
pensar que professores e alunos que transitam por esta rua, quando em debate, com
eixo na transversalidade dos temas, educação, meio ambiente, saúde, sentem-se
excluídos do processo de garantia dos direitos humanos, além da violação na sua
essencialidade humana.
Consciência
é o primeiro passo, mudar hábitos e adotar novas medidas é imprescindível para
que cada um adote práticas sustentáveis, como exemplo aparentemente simples,
separar o lixo; mas, dificilmente a população seguirá esses conceitos, se o
poder público não oferecer as condições mínimas favoráveis para isso; exatamente o que
ocorre em nossa cidade, que não proporciona o serviço de coleta seletiva e lixeiras
suficientes nas ruas.
Acredito que alguns gestores estarão presentes na
Rio+20, não com a perspectiva de responsabilidade e aprimoramento numa melhor
gestão pública ambiental, mas para publicarem na mídia, se sentirem um pouco
mais importantes por isso, e não terão a sensação de estar violando os direitos
mínimos da população com uma gestão norteada pela incompetência e descaso,
gerando mortes e incoerência com o desenvolvimento sustentável.