quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Processos espontâneos e as ondas do mar, inútil Abafar...



  Compreender o vai e vem, quase que assimétrico, da ternura e suavidade que observamos nas ondas desta linda Baía de Todos os Santos, é uma experiência renovadora. Não, não é a toa, ela realmente é de todos e todas!
Um espaço autogestionário que mesmo sendo poluído gradativamente, ainda possibilita a convivência de seres de diferentes espécies, de maneira harmoniosa, complementar, garantindo o espaço de cada um sem a necessidade predatória do extermínio, da usurpação, pela simples incompreensão daquele contexto plural e dinâmico.
Como em nossa Baía de Todos os Santos, no cenário político existem atores que tentam, aceleradamente e sem pudores éticos e morais, poluir um espaço que precisa ser pautado por transparência, harmonia e compreensão. Pensar em fazer política sem a sua integração participativa popular é, em sua medida, uma forma incompleta, ineficaz e auto-proclamatória. Coisa que a história recente vem mostrando não prosperar, seja em sistemas de governo em modelos democráticos, ou em modelos ainda em luta por democratização.
O discurso auto proclamatório vem mais uma vez sendo aplicado em um contexto totalmente deslocado da realidade. Os predadores, que na Baía lançam como estratégias de sobrevivência a tentativa de exterminar o pequeno (a presa) como forma de impedir que o próximo na cadeia de alimentação passe em sua frente; começam a se articular no ambiente político com toda sua arrogância peculiar... teimam em não querer enxergar a amplitude e dinâmica dos processos espontâneos de convivência e construção.
A dialética proposta nos clássicos textos de formação política das matizes de esquerda vem sendo secundarizada, dando voz ao desespero existencial.
Sim, até pouco tempo atrás o espaço para construção política em um organismo com o mínimo de integridade e envergadura moral era restritíssimo. Fato que aprofundou a discussão em torno deste sistema político ultrapassado onde os partidos, sob os desmandos de caciques, detém o monopólio da política.
É neste sentido, imperativo, uma nova forma de fazer política que incorpore na agenda democrática as formas e instrumentos de luta política da contemporaneidade, surge ainda que sob grande resistência das mentes conservadoras, sejam de esquerda ou de direita, dialogando aqui com o raciocínio ultrajado da velha forma de fazer política, enquadrando indivíduos de maneira estanque no alinhamento ideológico, um novo horizonte partidário. Inclusivo, ético, democrático e que luta por uma política econômica que leve em consideração o desenvolvimento socialmente sustentável. Eu estou aqui, sonhando e construindo uma forma não discriminatória, que respeita a diversidade e que pratica a democracia como forma singular de transformação, uma nova política.
O mundo muda, e ainda que nas lutas ainda persista a existência do lado hipossuficiente, desempoderado e impotente – derivado das relações de exploração historicamente construídas - como na relação do mundo do trabalho, a necessidade de uma nova forma de fazer política bate à porta da democracia brasileira.
Contra este importante processo coletivo, infelizmente, ainda existe setores que pelos seus discursos, só reiteram os traços da mesquinhez política. Setores que, na sua maioria, vêm neste último período construindo os seus próprios “meios e fins” deslocados das necessidades mais objetivas do povo brasileiro, como numa representação terapêutica de construção política. Alguns, inclusive, foram vítimas e agora, como proclamadores da autodeterminação política, julgam-se no direito de criminalizar uma tentativa que vem sendo amadurecida por uma Rede ampla e progressista de setores sociais que pretendem apresentar uma alternativa que dialogue com o a realidade social de maneira popular e atual.
Para esses, fraternamente, peço, não sejam tão desonestos intelectualmente. A Rede vem como uma necessidade de ressignificação da forma de se fazer política, considerando elementos estruturais, avanços de todos os campos, que sem criminalizar, busca configurar uma nova política, com respeito à diferença, princípios de sustentabilidade, humanização das relações e solidez na postura moral e ética na sua articulação política.
É tempo de compreendermos dialeticamente os processos que podem contribuir positivamente para o avanço e transformação, e neste imenso oceano, com espaço para todos, legitimamente, a rede foi lançada, e em tempo, ainda há espaço para mãos limpas ajudarem no seu movimento de construção.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um Olhar de Esperança


     Segundo o Fundo de População da ONU, a população do mundo alcançou 7 bilhões de habitantes. Em cada canto novos paradigmas se erguem refletindo uma profunda consciência dos povos, por outros modelos de democracia. O mundo assiste uma das mais interessantes revoluções no momento em que o mundo passa por um processo de avanços sociais, econômicos e políticos, o mundo árabe busca abandonar o tradicionalismo das ditaduras, no campo político e religioso, buscando a garantia dos direitos humanos.
    A Primavera Árabe - manifestações realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritários e ditatoriais, ocorrem em diversos países do Oriente Médio, Tunísia, Egito, Síria, Iêmen, Marrocos e Argélia, intensificam a mobilização na luta por valores democráticos, essenciais à dignidade humana, onde a população vem sofrendo desde muitas décadas, violência, falta de liberdade eleitoral, sem direito a voto e direitos essenciais. Vidas foram e  são asfixiadas e ceifadas pelas ditaduras que aprisionam, com forte repressão aos protestos, impondo medidas de rigor à população, para reduzir o déficit público, em função da crise financeira de dívidas superior à capacidade de pagamento em curto e médio prazo, aumentando assim as restrições aos seus direitos fundamentais.
    Vivemos no Brasil também momentos repressivos, uma ditadura, chamada  "era do chumbo", supressão de direitos constitucionais, censura e repressão política; pessoas foram presas, torturadas e mortas e em 1985, surge a redemocratização, quando o regime militar é derrubado por grande mobilização do povo.
    No Brasil, o período democrático recentemente completou 21 anos e cada vez mais avança o debate na promoção e defesa dos Direitos Humanos. Mas ainda convivemos com situações vexatórias e perversas de um sistema corrupto, que está imbricado nas veias do legislativo, executivo e judiciário, trazendo um desgaste e retrocesso às políticas públicas de saúde, educação, assistência social, cultura, ética, valores, comprometendo a dignidade e moralidade dos princípios constitucionais, consequentemente, violando direitos sociais de brasileiros e brasileiras.
    Direitos sociais que foram esmagados pela legitimização em torno da financeirização, numa lucrativa acumulação de capital. Modelo que exigiu novas formas institucionais nas relações de produção a partir de maior flexibilização do modo de acumulação capitalista, tudo em nome do desenvolvimento e harmonia social. Em consequência nossa sociedade vem apresentando altos contingentes de desemprego, subemprego, pobreza, miséria, violência, meio ambiente degradado, pouco investimento em políticas públicas educacionais e sociais, constatado por uma proteção social fragilizada.
     Ainda nesta sequência, sofremos a falta de compromisso no atendimento público, a pouca flexibilização na relação de trabalho e o estímulo a privatização em serviços necessários ao setor público.
    Precisamos de um Estado forte, não subordinado a uma matriz conservadora, patrimonialista, que emoldura uma realidade imposta pelo neoliberalismo globalizante, mas que se paute numa lógica humanista, responsável pelo desenvolvimento nacional com a garantia efetiva dos cidadãos. Mas, mudanças já se apontam e queremos construir uma sociedade livre, justa e solidária, numa perspectiva de garantir o desenvolvimento nacional, erradicando a pobreza e a marginalização, reduzindo as desigualdades sociais e regionais, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
    E neste momento vivemos uma "revolução cognitiva", um momento histórico  na política brasileira,  a construção do Novo Partido, que tem na pessoa da Marina Silva a maior liderança. A política renasce a cada novo chamado,  por novos costumes políticos, por novos saberes, novos olhares, novos métodos, novos espaços de debates e produções.
     A expectativa é grande para as pessoas que pensam e querem ser protagonistas deste fabuloso momento. Mulheres, homens, Juventude, a Intelectualidade, lideranças populares e grupos desacreditados com a velha forma de fazer política.
    Gosto muito quando Marina diz que somos uma "Comunidade de Pensamento"; e somos, porque é chegado o momento da sincronia de pensamentos se apresentar, através dos projetos identificatórios com ideais mais coletivos, em detrimento aos pessoais e das relações sociais se pautarem numa lógica de propósitos humanísticos.
     Avante, a política é construída pelos humanos....e não descuidemos dos valores civilizatórios.