sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA- assume sua maioridade com legitimidade!




        Políticas de atendimento de direitos e a política nacional de direitos humanos para a criança e o adolescente só assume o caráter de maior responsabilização em 1989, através de tratados que afirmam sua condição humana.
          O artigo 227 da Constituição Federal prioriza e assegura os direitos básicos das crianças e dos adolescentes, como pressuposto e garantia da dignidade humana e ressalta a responsabilidade do Estado em assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à dignidade, colocando-os a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
          O ECA, criado em 1990, traz uma ressignificação sobre as políticas de direitos da infância e define a política de atendimento aos direitos, assunto que vem ganhando mais densidade reflexiva e política. Reforça a importância do atendimento especializado numa perspectiva de uma responsabilização coletiva, nas políticas sociais, englobando saúde, educação, cultura, assistência social, psicossocial, em que a criança e o adolescente sejam reconhecidos na sua humanidade, produzindo saberes sob a proteção integral nos seus direitos humanos.
          O ECA traz uma dimensão de novo paradigma na proteção de direitos, confrontando a antiga "proteção tutelar" das crianças e adolescentes, e os denomina como titulares de direitos fundamentais a pessoa humana.
          Parabéns pelos 22 anos de muita luta, muitas dificuldades, mas a cada dia se fortalece  numa perspectiva de aprimoramento e cada vez mais com a integração dos Conselhos Tutelares, Ministério Público, Defensoria Pública e Justiça, reforçando o paradigma ético da prevalência do superior interesse da prioridade absoluta dos direitos da criança e adolescentes. 
          Eu como representante do Instituto Marias e Joanas- IMJOA, que tem como um dos seus objetivos o enfrentamento à violência sexual de crianças, adolescentes e mulheres,  considero este momento muito favorável a lutar contra a violência estrutural inerente à própria forma de organização socioeconômica e política da nossa sociedade, caracterizada pela existência de um sistema social desigual, produto da exclusão social.
          Precisamos de  um Estado forte, ético, que cumpra com seu papel promotor dos direitos da população.