quinta-feira, 28 de abril de 2011

Rebecca Lolosoli, “um encontro solidário com a liberdade”


O dia 6 de Fevereiro foi instituído o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, para denunciar esta prática secular, que ainda existe em pelo menos 28 países de África e do Médio Oriente, como ainda na Ásia e em comunidades emigrantes na Europa, América do Norte e Austrália.

Calcula-se que atualmente existam no mundo entre 115-130 milhões de mulheres genitalmente mutiladas. Outras três milhões são anualmente ainda submetidas a tais horrores, incluindo 500 mil na Europa. 

                                                                          Rebecca Lolosoli

"Muitas das nossas mulheres morreram em silêncio, sem direitos", disse Rebeca Lolosoli, e continuou: "Queremos mostrar às mulheres que elas também são humanas, que podem fazer algo para si, e que elas podem cuidar de si mesmas e de seus filhos."

Mais que uma prática cultural é uma agressão e grave violação dos direitos humanos, que anula, subjuga, causa graves traumas, prejuízo à saúde psicológica, física, cerceando a identidade e liberdade da mulher.

A Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos (Viena, 1993) reconheceu formalmente a violência contra as mulheres como uma violação aos direitos humanos.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), “as conseqüências do abuso são profundas, indo além da saúde e da felicidade individual e afetando o bem-estar de comunidades inteiras.”

Quantas mulheres levarão no seu inconsciente essa crueldade, como forma de solidão, escassa auto-estima, complexo de inferioridade, insegurança, depressão, patologias corporais e tantos quadros de sofrimentos encarcerados numa “Prisão Emocional”?


Conforme os costumes dos Samburu do Quênia, meninas são iniciadas no “ritual de passagem” onde ocorre a retirada do clitóris, na preparação para o casamento, geralmente com homens bem mais velhos. Igualmente, Rebecca Satta Lolosoli foi mutilada aos 15 anos de idade, nos moldes tradicionais das suas antepassadas.

UMOJA em 1991: Rebecca reivindica os direitos das mulheres, que violentadas pela ineficaz proteção dos homens, sem apoio em sua comunidade, foram expulsas. Em consequência foi espancada por quatro guerreiros Samburu, durante uma viagem do seu marido. Ao sair do hospital, retornou para o lar e relatou o caso a seu esposo que nada fez. Não tendo apoio do próprio companheiro e percebendo que se nada fizesse seria assassinada, Rebecca resolveu dar novos rumos a sua própria vida e de inúmeras outras mulheres vítimas do patriarcalismo e das injustiças, fundando a vila UMOJA em 1991, apesar de todas as dificuldades.


Mulheres e meninas que fogem do casamento forçado, ou são vitimas do ostracismo após serem estuprada, ou tentando salvar-se da mutilação genital feminina, vão à Umoja para a segurança. Filhos são bem-vindos, contanto que eles estejam dispostos a seguir as regras da aldeia e não tentem dominar as mulheres seguindo o combatido exemplo dos demais Samburu.

Em suaíli, Umoja significa unidade. Muitas das 64 mulheres que lá vivem são sobreviventes de estupro. Os estupradores foram soldados britânicos que estavam estacionados nas proximidades, há mais de 50 anos.

Essa é a história de Rebecca, mulher de Luz própria, que nos orgulha, pela sua capacidade de ultrapassar os limites da busca de sua identidade e liberdade de forma ética e digna, acolhendo mulheres, para vivenciar um novo paradigma de direitos humanos!

Essa fantástica experiência de vida é um exemplo, para todas nós mulheres, como símbolo de Força, Luta e Superação, por uma Vida digna. Cabe-nos, a todo instante, o direito de tentar melhorar nosso “existir”, trabalhando pelos desafios que aspiramos. Rebecca nos oferece reflexões para incursões no desconhecido mundo de nós próprios.  


Fonte: http://cnncba.blogspot.com/


sábado, 16 de abril de 2011

Quantos anos você tem? Onde você mora?



“Falta de comida leva crianças a habitar as vias públicas”, matéria do Jornal A Tarde, de hoje, 16/4/2011, e perguntas como essas foram feitas a duas crianças de 3 e 5 anos, que remexiam a lixeira e moram nas ruas de Salvador, especificamente na Praça do Campo Grande. O repórter perguntou onde moravam; o mais velho se adiantou e respondeu: “na rua” e continuou “minha mãe trabalha e eu trabalho com ela, de vez em quando o moço da padaria dá alguma coisa pra a gente comer”.

Milhares de crianças vivenciam essa terrível e trágica situação, que considero tão infame e vil, como o ato de crianças morrerem asfixiadas com gás, sem produzir energias, nos campos de concentração.

Segundo a Secretaria dos Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, 13,8% dessas crianças não conseguem se alimentar com uma refeição diária e que 70% estão nas ruas por falta de alimentos em seus “lares”. 

Quanta indignidade no nosso Brasil, onde os 10% mais ricos detêm quase toda a renda nacional. A gravidade da situação de miséria de grande parte da nossa população exige que se repudie essa violência moral, com veemência. Nossas crianças estão morrendo de fome! Inaceitável, uma imoralidade no país onde constantes corrupções são vergonhosamente comprovadas e verbas de merenda escolar são desviadas para comprar ração para cães e uísques para políticos, enquanto cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças.

Segundo a matéria do jornal, em 2010 a prefeitura de Salvador recebeu do Fundo Estadual de Assistência Social, R$ 1,9 milhão para aplicar em abrigos e repasses às instituições conveniadas, mas segundo a Coordenadora da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o município não usou toda a verba! A Promotora da Infância e Juventude do Ministério Público, Mônica Barroso disse: “vivemos uma realidade gravíssima e o município é omisso e negligente”. As instituições filantrópicas sérias, que seriam um “porto seguro” para essas crianças estão fechando suas portas, por falta de apoio e repasse de verbas.  

Que país “esses governantes corruptos” querem deixar para essas crianças? Qual será o futuro dessas crianças e adolescentes, se tiverem? Quais serão suas referências? Desvios? Mentiras? Abandono? Marginalidade? Medo? Transtornos psíquicos? Ódio?

Quais são os sonhos desses pequeninos? Comer? Tomar um sorvete? Estudar?Ter uma família? Atenção? Amor? Como agirão e reagirão quando adultos, levando consigo tantas marcas indeléveis, de um Estado hipócrita, desumano, que deixa suas crianças crescerem, viverem e morrerem nas ruas?

Quantas tragédias ainda veremos em vídeos, nas TVs, de jovens, adolescentes, tresloucados, que viveram a indiferença, a exclusão, o abandono, a discriminação, a miséria, a fome e a injustiça social?  
E o Conselho Estadual da criança e do adolescente, qual sua posição? E o Estatuto da Criança e do Adolescente, não é respeitado? 

Não é só a psique dos pais que influencia a criança, mas o mundo como um todo, inclusive o seu desenvolvimento físico/orgânico marca profundamente sua consciência incipiente, que começa a surgir e se diferenciar do inconsciente. 

Marcas ficarão em seus corpos, em seus espíritos, no consciente e no inconsciente. São pessoas que não terão muitas escolhas.

Escolher é apropriar-se do desejar a partir de um trabalho de pensamento. Escolher é um ato privilegiado de articulação entre o desejar e o pensar. Pensar não é uma atitude cartesiana, que se faz fechada na casa da racionalidade. Pensar, autorizar-se a pensar, supõe autorizar-se a mudar a realidade circundante, a questionar aquilo que está, a transformá-la, a incluir modificações. São direitos universais ao ser humano, comer, brincar, ter um lar, estudar, aprender, ser autônomo, crescer sadio e decidir!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Jubartes- Cantores Gigantes


                                                                              Abrolhos

Registros das atividades das baleias jubarte mostram que elas são capazes de ouvir “canções” e transmiti-las para outros da sua espécie, a milhares de quilômetros de distância. Pesquisadores na Austrália escutaram centenas de horas de gravações de baleias macho durante mais de uma década.

Essas gravações revelaram como um padrão musical específico, originado no leste da Austrália, passou adiante para populações de baleias na Polinésia Francesa, a seis mil quilômetros de distância – tal como as músicas que “grudam” nas nossas cabeças quando cantadas por outras pessoas.
As descobertas foram relatadas no periódico científico Current Biology.

‘Tendências culturais’
A equipe de pesquisadores, liderada por Ellen Garland, da Universidade de Queensland, diz que as descobertas mostram que os animais transmitem “tendências culturais” por longas distâncias.
– Dentro de uma população, todos os machos cantam a mesma canção –, explicou Garland.
– Mas essa canção muda constantemente. Então queríamos observar a dinâmica das canções ao longo do oceano.
Para isso, ela e seus colegas estudaram as gravações de 775 canções de baleias jubarte, feitas por cientistas do consórcio South Pacific Whale Research.
– Vários sons diferentes compunham as canções –, disse Garland.
– Há gemidos, chiados e rosnados de baixa frequência, além de gritos mais altos e todas as variações de notas altas e baixas.
Padrões desses sons compõem frases, e as baleias repetem as frases – como versos repetidos – por até 30 minutos.

Com um software de análise de sons, a equipe de Garland descobriu que quatro novas canções desenvolvidas por uma população de baleias no leste australiano gradualmente se difundiram rumo ao oeste oceânico.
Dois anos depois de uma nova canção ter sido “inventada”, baleias na Polinésia Francesa estavam cantando a mesma “versão”.

Os pesquisadores creem que as baleias no Pacífico Sul podem ouvir e aprender novas canções durante sua migração anual para a Antártica.
– A população de baleias do leste da Austrália é a maior da região, com mais de 10 mil jubartes –, explicou Garland.

Como estão em grande número, elas podem ter maior influência sobre quais canções vão “pegar”.
O biólogo Peter Tyack, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, nos EUA, diz que o estudo australiano apresenta “uma nova maneira de olhar para a cultura desses animais”.
– Eles são muito móveis, podem nadar centenas de quilômetros por dia. E suas canções são carregadas pelas águas –, disse.
– Então bastam alguns machos itinerantes agindo como embaixadores culturais para espalhar as canções para outras populações. Cantores gigantes

Apesar de ainda haver dúvidas quanto a se as canções cantadas pelos machos são destinadas às fêmeas ou a eles mesmos, a maioria dos cientistas acredita que a música tenha um papel no processo reprodutivo.
– Observamos ‘cantores’ competindo entre si e fêmeas se unindo aos ‘cantores’, então acreditamos (que o ato de cantar) esteja associado à procriação , disse Tyack.

Patrick Miller, do centro de pesquisas de mamíferos aquáticos da Universidade de St. Andrews (Grã-Bretanha), disse que o estudo sugere que “alguns fatores de larga escala, antes não detectados, promovem as mudanças anuais nas canções das jubartes”.
– Podemos apenas especular sobre esses fatores, mas a exploração disso certamente abrirá caminho para um novo entendimento da vida desses gigantes cantores e cosmopolitas.

As jubartes realizam migrações sazonais entre áreas de alimentação em altas latitudes, e área de reprodução e cria em regiões tropicais.
No Atlântico Sul Ocidental, a principal área de reprodução desta espécie é o Banco dos Abrolhos, no litoral sul da Bahia.(Simplesmente Maravilhoso). Nos meses de julho a novembro, estas baleias procuram as águas quentes, tranquilas e pouco profundas de Abrolhos para acasalar e dar à luz a um único filhote, que nasce após uma gestação de aproximadamente 11 meses.
A caça indiscriminada reduziu drasticamente quase todas as populações de baleias do planeta. As baleias jubarte, cuja população mundial antes da caça era cerca de 150.000 indivíduos, hoje está estimada em quase 25.000 baleias distribuídas em todos os oceanos. Elas se encontram na Lista Ofícial de Espécies Ameaçadas de Extinção do IBAMA. 
Como não preservar esses seres maravilhosos e divinos?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

BRASIL, Educação como Prática da Liberdade!


Hoje é o dia do Hino Nacional Brasileiro, 13 de abril, que é belíssimo nas sua letra e na sua música:
“...Ó PÁTRIA AMADA, IDOLATRADA, SALVE! SALVE! ... BRASIL, UM SONHO INTENSO, UM RAIO VÍVIDO DE AMOR E DE ESPERANÇA À TERRA DESCE...PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO. .. MAS, SE ERGUES DA JUSTIÇA A CLAVA FORTE, VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA, NEM TEME, QUEM TE ADORA, A PRÓPRIA MORTE”.

No dia 31 de março lembrei-me com mais detalhes do período da  Ditadura no Brasil, especialmente porque um tio querido lutou pelos direitos de liberdade e democracia, foi preso por muitos anos, torturado, e eu ainda criança quis visitá-lo, numa solitária, que abria uma pequeníssima janelinha, onde se via apenas parte do seu rosto. 

Brasileiras e brasileiros, cheios de esperança, morreram por um sonho de justiça, liberdade, direitos humanos e mudanças fundamentais no país. Muitas coisas aconteceram de lá prá cá, muitos avanços tecnológicos e grande desenvolvimento ecônomico, mas ainda privilegiando poucos, em detrimento da miséria de muitos.
O sonho do Brasil melhor, de muitos daqueles que lutaram para libertar nosso povo do julgo da opressão e da injustiça social  ainda continua sendo o sonho de milhões de brasileiros(as).
Muitos dos que lutaram por um Brasil cidadão estão hoje no Poder e poderiam transformar a realidade do nosso povo sofrido, trabalhador, pacífico, mas esqueceram e se perderam, encharcados na lama da corrupção do poder e desvios do dinheiro público, que não lhes pertence particularmente, mas a todo povo brasileiro e continuam dominando grande parte da população oprimida, sem expectativas, com salários baixos, educação pública sem qualidade, saúde péssima, sem bem-estar, segurança pública ineficaz, garantias que rezam à Constituição Brasileira.

Nosso Brasil precisa discutir melhor com a sociedade sobre promoção dos Direitos Humanos, o que significa, pois acredito que escandaliza e envergonha nossa sociedade, dados alarmantes da corrupção: no dia 30 de março, veio à tona, que a operação da PF (Polícia Federal) cumpriu 16 mandados de prisão em Alagoas contra membros de um suposto esquema criminoso que usava dinheiro de merenda escolar para comprar uísque, caixas de vinho e ração para cachorro.

A maior parte dos desvios, cerca de R$ 13 milhões do total, ocorreu nos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

Em um município de Pernambuco, por exemplo, houve o pagamento de salários a servidores que não exerciam o magistério e a compra de combustíveis, no posto do prefeito, com o dinheiro da educação. Segundo a CGU, o prejuízo foi de R$ 229,9 mil, identificando também problemas com o transporte escolar, de um ônibus que ele nem havia saído da sede da empresa onde foi comprado, entre outras coisas absurdas.

O que é pior, isso acontece em todo o país e sem punição! Pergunto: cadê o MEC e o TCU que não têm posturas mais incisivas na fiscalização do uso do dinheiro público? Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) o gestor da educação tem que ser o gestor do recurso, e isso não acontece.

Hoje o Brasil comemora o terceiro lugar no ranking da FIFA, mas nossa  EDUCAÇÃO está em 88º lugar, entre 127 países. 

Os Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontaram que o Brasil tem o grande desafio de combater o chamado analfabetismo funcional, que atinge 25% da população com mais de 15 anos, entre outras agravantes, constitui um problema silencioso e perverso que afeta o dia a dia na vida das pessoas. E questiono: como esses jovens entrarão para o mercado de trabalho decente, se o Estado não lhes oferece cursos profissionalizantes?

Calcula-se que, no Brasil, os analfabetos funcionais somem 70% da população economicamente ativa. O resultado não é surpreendente, uma vez que apenas 20% da população brasileira possui escolaridade mínima obrigatória (ensino fundamental e ensino médio). Para 80% dos brasileiros, o ensino fundamental completo garante somente um nível básico de leitura e de escrita. Sem falar nos 10% da população brasileira, analfabeta. Triste realidade, que muda muito pouco a cada ano.

Termino esse texto lembrando o digno querido pedagogo Paulo Freire, que nos ensinou que “estar no mundo e com o mundo” é não somente aprender a ler a realidade, mas propor-se a modificá-la e não existe maior garantia do direito ao cidadão, do que dar-lhe a possibilidade de uma boa educação, para que possa escolher seus caminhos, com liberdade e consciência.

Mas, Viva o Brasil! Ainda tenho esperança.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Todos são Vítimas?


Realmente inesquecível o horror ocorrido nesta manhã, 07/04/11, onde adolescentes foram mortos na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, por um ex-aluno da escola; ato violento com grandes conseqüências psicológicas àqueles que vivenciaram de perto a brutalidade, suas famílias e amigos.

Como educadora e psicopedagoga, quero deixar meu pesar e minha preocupação quanto à violência nas escolas, que é crescente e os profissionais da área não estão e não são preparados para lidarem com tais situações, que envolvem alunos dependentes químicos, agressivos e violentos.

Se eu fosse fazer uma entrevista e acompanhamento psicopedagógico com o rapaz, anterior ao fato, como é de costume, faria uma anamnese, entre os dados estariam: idade: 23 anos; vida familiar-relação com a família, pai, mãe, irmãos: não é boa, sofre uma carência afetiva; relação na escola: não interage com os colegas, sofre bullying; situação emocional: possivelmente baixa-auto-estima. Esses seriam os dados, que já sabemos sobre ele.

Esse rapaz possivelmente sofria de rejeição afetiva, como depreciação, ataque direto à auto-estima, tratamento negativo diferenciado, ameaças de abandono, pela perda do pai, depreciação da imagem, humilhações verbais, utilização de apelidos ou adjetivos que ridicularizam e inferiorizam, comparações maldosas, degradantes, sofreu bullying, que já foi dito.

Ele já havia passado por um tratamento psicológico, isso demonstra que  precisava de escuta, de atenção e de cuidados.

Diante das “perdas” psicológicas, que ele era portador, consequentemente vivenciava um quadro de vulnerabilidade na constituição e na preservação da saúde física e mental, dificuldade de formar relações interpessoais satisfatórias, descrédito quanto à possibilidade de amar e de ser amado, típico sentimentos de desamparo, comportamentos auto-destrutivos e hostis em direção aos outros, atitudes anti-sociais e a agressividade e desejo de fuga, consumada com o suicídio.

E eu pergunto: a família não deu conta de amar e ajudar esse rapaz, que loucamente sai matando outros adolescentes. Por que psicólogos e psicopedagogos, profissionais que estão atentos a essas dificuldades emocionais, não estão presentes dentro das escolas? Pedagogos, professoras (es), são profissionais preparados para atender o aluno na área pedagógica e  da aprendizagem. Não quero dizer que evitaria um caso como esse, mas poderia minimizar outros fatos graves que ocorrem e outros possíveis de acontecer, pois esses profissionais fariam a orientação de pais em situações necessárias de acompanhamento e encaminhamento do aluno para outros profissionais, como o Psicólogo Clínico. O problema não é só de fora pra dentro, mas também de dentro prá fora!

No mais as escolas precisam trabalhar com alunos e famílias, interligados, os valores de respeito e amor ao próximo.