quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Debater Sustentabilidade nas Escolas Públicas! Só em 2012!


Li no site da *UNDIME, que no início do ano letivo de 2012, o Ministério da Educação enviará vídeo sobre meio ambiente às escolas públicas do país. A proposta tem como objetivo incentivar o debate entre professores e estudantes sobre questões que serão abordadas, em junho, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20

O Programa Dinheiro Direto da Escola (PDDE) do Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) prevê a liberação de R$ 350 milhões, a serem aplicados pelas escolas públicas, em três anos, em projetos ambientais, como hortas escolares, eficiência energética, coleta de água da chuva e até adaptação de espaços físicos em prédios sustentáveis.

Fiquei perplexa como educadora ao ler essa “boa nova”, não por ser ruim, pelo contrário, embora tardia, parabéns ao MEC pela iniciativa, mas, por favor, não podemos implementar políticas socioambientais na educação apenas em função da grande Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorrerá  em junho de 2012.

Os responsáveis pela educação no Brasil deveriam estar implementando políticas públicas, além da valorização e responsabilidade com o meio ambiente, um diálogo responsável nas escolas na concepção e perspectiva de outro modelo de desenvolvimento, menos predador, porque historicamente as mudanças que se deram, impulsionadas por esse modelo atual, foram subjugando cada vez mais a natureza.

Importante discutir o modelo produtivista e suas relações, que se baseia somente de produtividade, e sua representação para o meio ambiente e para a saúde. Nosso país é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, e vemos como crescem também no Brasil várias doenças que são consequências desse modelo, que vai homogeneizando, desde a produção até o consumo.

Um relatório da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) apontou que o desmatamento para plantio de soja na Amazônia cresceu 85% neste ano com relação a 2010. Ou seja, no período 2010/2011, a área desmatada para soja foi de 11.653 hectares entre 375 mil ha monitorados em 53 municípios enquanto que, no período 2009/2010, o corte foi de 6.295 ha em uma área monitorada 24% menor.

Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades. O mundo está se tornando cada vez mais rico e produzindo mais comida. O problema é o acesso das pessoas à educação, ao trabalho, recursos, a má distribuição da renda, terra e dinheiro para comprar comida, e esses paradoxos precisam de debates também nas escolas.

É preciso que se tenha consciência de fato do que seja desenvolvimento sustentável, em adotar métodos, processos e tecnologias, além da mudança de hábitos das populações, que possam sustentar o progresso por longos períodos, ao mesmo tempo em que permitem a renovação dos recursos naturais.
 
Um dos maiores desafios atuais da humanidade é sem dúvida deter o aumento do aquecimento global, fenômeno que vem alterando a geografia mundial, dizimando espécies e provocando catástrofes de proporções até então inimagináveis. E todos nós temos responsabilidade diante das nossas atitudes.
É preciso discutir a instalação de hidrelétricas e usinas nucleares no Brasil, em detrimento aos ínfimos investimentos em energias renováveis. Reforçar a luta do Xingu Vivo. O projeto do Código Florestal está aí sendo alterado e discutido no senado, é preciso mobilização da sociedade, um assunto tão importante que interfere na vida de todos, pois queremos assegurar e aumentar a proteção da biodiversidade, diminuir a possibilidade de desmatamentos em áreas de proteção, evitar pastoreios em topos de morro e garantir a  harmonia com uma nova concepção agroecológica.

É preciso compreender que aplicando uma política que promova a importância da educação ambiental voltada principalmente para a sustentabilidade, está diretamente ligada a mudanças de paradigmas de como vamos viver respeitando nossos recursos naturais, nosso planeta, ter mais qualidade de vida, mas também participando, discutindo como cidadãos do nosso modelo de desenvolvimento econômico, menos desumano, concentrador de riqueza nas mãos de poucos e explorador das massas.

Espero que esse investimento seja bem aplicado nos projetos referidos. 
*undime.org.br/escolas-publicas-vao-discutir-temas-da-conferencia-rio20/ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário