quinta-feira, 7 de abril de 2011

Todos são Vítimas?


Realmente inesquecível o horror ocorrido nesta manhã, 07/04/11, onde adolescentes foram mortos na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, por um ex-aluno da escola; ato violento com grandes conseqüências psicológicas àqueles que vivenciaram de perto a brutalidade, suas famílias e amigos.

Como educadora e psicopedagoga, quero deixar meu pesar e minha preocupação quanto à violência nas escolas, que é crescente e os profissionais da área não estão e não são preparados para lidarem com tais situações, que envolvem alunos dependentes químicos, agressivos e violentos.

Se eu fosse fazer uma entrevista e acompanhamento psicopedagógico com o rapaz, anterior ao fato, como é de costume, faria uma anamnese, entre os dados estariam: idade: 23 anos; vida familiar-relação com a família, pai, mãe, irmãos: não é boa, sofre uma carência afetiva; relação na escola: não interage com os colegas, sofre bullying; situação emocional: possivelmente baixa-auto-estima. Esses seriam os dados, que já sabemos sobre ele.

Esse rapaz possivelmente sofria de rejeição afetiva, como depreciação, ataque direto à auto-estima, tratamento negativo diferenciado, ameaças de abandono, pela perda do pai, depreciação da imagem, humilhações verbais, utilização de apelidos ou adjetivos que ridicularizam e inferiorizam, comparações maldosas, degradantes, sofreu bullying, que já foi dito.

Ele já havia passado por um tratamento psicológico, isso demonstra que  precisava de escuta, de atenção e de cuidados.

Diante das “perdas” psicológicas, que ele era portador, consequentemente vivenciava um quadro de vulnerabilidade na constituição e na preservação da saúde física e mental, dificuldade de formar relações interpessoais satisfatórias, descrédito quanto à possibilidade de amar e de ser amado, típico sentimentos de desamparo, comportamentos auto-destrutivos e hostis em direção aos outros, atitudes anti-sociais e a agressividade e desejo de fuga, consumada com o suicídio.

E eu pergunto: a família não deu conta de amar e ajudar esse rapaz, que loucamente sai matando outros adolescentes. Por que psicólogos e psicopedagogos, profissionais que estão atentos a essas dificuldades emocionais, não estão presentes dentro das escolas? Pedagogos, professoras (es), são profissionais preparados para atender o aluno na área pedagógica e  da aprendizagem. Não quero dizer que evitaria um caso como esse, mas poderia minimizar outros fatos graves que ocorrem e outros possíveis de acontecer, pois esses profissionais fariam a orientação de pais em situações necessárias de acompanhamento e encaminhamento do aluno para outros profissionais, como o Psicólogo Clínico. O problema não é só de fora pra dentro, mas também de dentro prá fora!

No mais as escolas precisam trabalhar com alunos e famílias, interligados, os valores de respeito e amor ao próximo.

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